10 de nov. de 2008

Morrer ao nascer do dia...

O dia nasce em mim, menor,
mas não levanto
até que acorde o sol, maior.
Ouço do galo o canto,
tão cheio de si, sustenido,
sem saber que é maior,
que la está bemol
e eu é que sou menor


sinto o som que vem, sem dó,
que é maior e sustenido
e estou trancado à clave
em um tempo mal dividido.


A cor dos olhos,
a dor dos filhos.
A dor dos olhos aflitos.

Andei por ai,
sem saber
que era aqui.



Vejo meu reflexo em um espelho, fugaz sombra de um instante que há muito passou,
deixou apenas fragmentos de alguém que já foi melhor e agora viaja por estepes e pradarias em busca de retalhos de almas. Retalhos, espalhados ao vento em envelopes de carta.
Viajar sem rumo ou destino, sem agora ou então. Estar sempre a procura do espírito do lobo. O lobo que devorou a carne e despedaçou o espírito, que fugiu, escondendo-se dentro de si mesmo. O lobo que não pode ser encontrado, a não ser junto e do seu próprio lado. Em um mundo mágico, onde a entrada é permitida apenas àqueles que são raros. E resta apenas: "Viver e aprender a rir."

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