30 de set. de 2009

Rei da Morte

Rei da Morte
seco e pálido
sentado em seu trono.

O trono do Rei da Morte
tão antigo, não feito de madeira,
pois o Rei que reina na Morte
repousa sobre incontáveis caveiras.

Rei da morte
seco e pálido
sentado em seu salão.

O salão do Rei da Morte
com negro mármore e sangue decorado
pois o Rei que reina na Morte
ali recebe seus convidados.

Rei das Morte
seco e pálido
sentado em seu palácio.

O palácio do Rei das Mortes
contas quartos mais de mil,
Pois o Rei que reina na Morte
ali recebe quem foi vil.

Rei das Mortes
seco e pálido
sentado em seu reino.

O reino do Rei das Mortes
abrange tudo que a noite toca,
pois o Rei que reina na Morte
a todos um dia convoca.

Desde Além.

Aquele cheiro ocre,
aquele som azedo,
aquelas sombras fétidas.

Tudo era podre,
até a luz da lua
rescendia a morte

Os crânios postos sobre pedras
sorrindo seus sorrisos tortos
pregada à árvore morta
a mão do homem morto.

No chão negro apenas os vermes vivem,
rastejando, comendo a podre carne
do homem, da mulher, do menino,
frios, cinzas e cegos.

Da orbita vazia da velha mulher,
onde dantes olhos azuis jaziam,
agora, buraco negro e virulento
que viu por último para sua sorte
a face negra, velha e triste
do encotro com a senhora morte.

23 de set. de 2009

Quando estou triste

Quando estou triste
só quero alguém
que me abrace

que me diga assim
que veio pra mim
e não se afaste
quando estou feliz
só quero alguém
que me queira

que me diga assim
que veio aqui
pra vida inteira